Com déficit de R$ 700 mi e sob investigação do TCE, orçamento de Manaus é aprovado

Mesmo prevendo um déficit de mais de R$ 700 milhões, a Câmara Municipal de Manaus aprovou, em primeira votação, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026.

A votação, no entanto, ocorre sob pressão do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), que analisa possíveis irregularidades no processo. O principal questionamento é a ausência de audiências públicas obrigatórias.

Duas representações foram protocoladas no TCE-AM. A primeira, apresentada pelo vereador José Ricardo (PT), único a votar contra o projeto, acusa a Prefeitura de não ouvir a população antes de definir as diretrizes orçamentárias.

“É obrigação da Prefeitura e da Câmara garantir a participação da sociedade. Não é possível aprovar esse tipo de proposta sem diálogo com quem será diretamente afetado”, afirmou o vereador.

A segunda representação aponta falhas no papel da Câmara, que deu andamento à proposta sem promover os debates públicos exigidos por lei.

O conselheiro Érico Desterro, relator do caso, considerou a denúncia juridicamente válida e encaminhou o processo para análise de medida cautelar.

Já o conselheiro Josué Cláudio, que acompanha o caso da Câmara, concedeu prazo de cinco dias úteis para que a Casa preste esclarecimentos.

O relator da LDO na CMM, vereador Gilmar Nascimento (Avante), afirmou que sugestões foram recebidas pela plataforma “PPA Participativo”, disponível entre 13 e 27 de abril.

Ele também anunciou uma nova audiência pública para esta quarta-feira (26/06), com as comissões de Constituição e Justiça e de Finanças da Casa. “Há espaço para discussão e ajustes antes da segunda votação”, disse.

O projeto da LDO, identificado como PL nº 281/2025, prevê uma receita de R$ 10,4 bilhões para 2026, frente a uma despesa estimada de R$ 11,1 bilhões.

Entre as prioridades destacadas no texto estão a construção do Hospital Dia Municipal, novas creches, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e a criação da chamada Cidade do Autista.

A proposta ainda precisa ser aprovada em segunda votação antes de seguir para sanção ou veto do prefeito David Almeida (Avante).

Enquanto acontece esse “atropelo” do processo na CMM, o TCE-AM ainda avalia se as falhas apontadas justificam a suspensão do trâmite.

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