Qualidade do ar volta a piorar em Manaus nesta terça-feira aponta sistema de monitoramento da UEA

A qualidade do ar na maior parte da área urbana de Manaus amanheceu ruim nesta terça-feira (20), de acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que estabeleceu pontos de monitoramento na cidade em municípios do interior do Amazonas, e o Aqicn.org, que mede em tempo real a poluição do ar para mais de 100 países do mundo.

A fumaça oriunda de queimadas na Amazônia e no Pantanal já alcançou ao menos 10 estados desde o sábado (17). Fora da região amazônica, as cidades mais afetadas ficam no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas a fumaça também chegou ao Rio e a São Paulo no final de semana, aponta o Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa.

O cenário, facilitado pela atual onda de calor, pode voltar a acontecer até a próxima sexta-feira (23), quando então uma nova frente fria vindo do Sul chegará no Sudeste e ajudará a dissipar a fumaça.

O corredor de ar que vem do Norte traz fumaça das queimadas tanto da Amazônia como do Pantanal. Nesta semana, porém, os maiores focos de incêndio estão na floresta amazônica, principalmente nas margens das rodovias BR-230, em Apuí (AM) e 163, entre Itaituba (PA) e Novo Progresso (PA) e na região de Porto Velho (RO).

O fogo também está intenso no Pantanal, mas em focos mais concentrados e menos fragmentados no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul.

— Para ter fumaça da Amazônia aqui é porque a condição lá já é extrema – resume Henrique Bernini, pesquisador de sensoriamento remoto. — No momento tem muito mais ignição na Amazônia, com mais de 200 eventos de fogo na região da BR 163 e mais de 200 na BR 230, além de outros espalhados por Porto Velho. Já no Pantanal são três ou quatro eventos, mas relevantes.

Bernini se baseou nos dados do Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa para apontar que a fumaça atingiu 10 estados brasileiros desde sábado: RO, AC, AM, MT, MS, RS, SC, PR, SP e RJ. Com esse nível de monitoramento, é possível diferenciar aerossóis provenientes de fumaça e de atividade industrial.

Além da alta quantidade de fogo, a onda de calor que afeta grande parte do país facilita a presença da neblina, pois ela empurra a fumaça para a direção da superfície. A previsão é que a onda de calor continue até a próxima sexta (23) no sudeste, quando então uma frente fria, vindo do Sul vai se instalar. Diferente da massa quente, a frente fria dissipa a fumaça.

No estado do Amazonas, desde o começo do mês a população tem sentido a intensificação das queimadas. Na última semana, vídeos e imagens de Manaus (AM) mostraram a intensa fumaça no ar, com a qualidade do ar considerada “ruim” e “muito ruim”. Nesta segunda-feira, de acordo com análise do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar está mais amena.

Imagens de satélite divulgadas pelo serviço de monitoramento atmosférico do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus ECMWF) apontam uma “enorme quantidade de fumaça em toda a América do Sul” após o início precoce das queimadas sazonais no Brasil e na Bolívia.

Os registros mostram o vapor resultante do fogo na Amazônia e dos incêndios recordes no Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do país.

De janeiro a julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve 4.696 focos de incêndio, número 11% superior aos 4.218 até julho de 2020.

Na região Norte, o número de queimadas na Amazônia no mês de julho foi o maior registrado em duas décadas. Entre os dias 1 e 31, foram localizados 11.145 focos de queimadas no bioma, o maior número para o mês desde 2005, de acordo com dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O registro é 93% maior que os 5.772 focos registrados em julho do ano passado e 111% maior que a média para o mês nos últimos 10 anos (5.272). De acordo com os dados, a situação se agravou na Amazônia nos últimos dias: dos mais de 11 mil focos de queimadas registrados em julho, metade ocorreu nos últimos oito dias do mês.

Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%).

O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.

Nos primeiros sete meses do ano, de 1 de janeiro a 31 de julho, a Amazônia acumulou 24.462 focos de fogo, sendo que as queimadas de julho correspondem a 44,8% desse total.

O número de focos de queimadas acumulado em 2024 na Amazônia é também o maior desde 2005. O dado é o quarto maior da série histórica do Deter, iniciada em 1998, sendo superado apenas pelos anos de 2003, 2004 e 2005. Naqueles anos, porém, a Amazônia tinha níveis muito mais altos de desmatamento, que é historicamente associado a queimadas.

Este ano, por outro lado, o desmatamento está em queda. Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%).

O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.

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