O setor que mais emprega no país não para de crescer. Impulsionado pelos transportes, o setor de serviços registrou alta de 0,6% em setembro, em comparação com agosto, marcando o oitavo mês consecutivo de crescimento. Desde fevereiro, o avanço acumulado chega a 3,3%, colocando o setor no maior patamar já registrado pelo IBGE.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (12) pelo IBGE, o resultado mostra que os serviços estão 19,5% acima do nível pré-pandemia — e com crescimento de 4,1% em relação a setembro de 2024.
Na comparação trimestral, o avanço foi de 0,9%, consolidando o melhor desempenho do setor desde 2022.
“Estamos vendo recordes consecutivos desde abril. O transporte de cargas e o aéreo de passageiros são os grandes motores desse crescimento”, afirmou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Transportes puxam o crescimento
Três das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE cresceram em setembro:
- Transportes, armazenagem e correio: +1,2%
- Serviços de informação e comunicação: +1,2%
- Outros serviços: +1,6%
Já serviços prestados às famílias (-0,5%) e serviços profissionais e administrativos (-0,6%) tiveram leve queda.
Segundo o IBGE, a logística de transportes tem sido o principal motor da economia, impulsionada pelo avanço do e-commerce, pelo escoamento da safra recorde de 2025 e pela queda nas passagens aéreas, que tem incentivado mais viagens.
“Há uma correlação direta entre o aumento da receita das empresas de transporte e o crescimento do escoamento agrícola”, explicou Lobo.
Turismo também decola
O índice de atividades turísticas (Iatur) subiu 0,1% em setembro, acumulando alta de 5,7% no ano e 6,6% em 12 meses. O setor está 11,5% acima do patamar pré-pandemia, e apenas 2% abaixo do recorde histórico, alcançado em dezembro de 2024.
Belém (PA), que sediará a COP30, foi o destaque nacional, com alta de 4,9% em setembro. Segundo o IBGE, o movimento pode estar ligado à antecipação de reservas de hotéis e maior procura turística.
O índice inclui 22 atividades relacionadas ao turismo, como hotéis, agências de viagem e transporte aéreo de passageiros, e monitora o desempenho em 17 estados.
Panorama geral
Com o desempenho positivo, o setor de serviços se consolida como termômetro da economia brasileira, responsável por empregar milhões de pessoas e indicar o ritmo do consumo interno.
E os números não deixam dúvidas: o Brasil vive o melhor momento do setor em anos, com recordes mensais e sinais claros de aquecimento da economia real.

















