INDÍGENAS APONTAM DESCRÉDITO NA CLASSE POLÍTICA ATUAL E AFIRMAM QUE DEVEM APOIAR NOMES AINDA NÃO LANÇADOS POR DIGNIDADE E JUSTIÇA AOS POVOS ALDEIADOS DO PURUS 

MÉDIO E ALTO PURUS (AM) – Para jovens das cidades desta mesorregião amazonense, principalmente entre indígenas aldeados e com formação universitária, “nós, jovens, brancos e indígenas, temos que dawr um jeito de acabarmos com a velha política em nossos municípios”.  

O “PORTAl NORTAO” fez um giro pelos municípios do Purus e constou em uma rápida sondagem que “a maioria dos jovens e da juventude estar decepcionada com os velhos políticos”. Segundo o que ouviu, “os bem sucedidos são apenas os filhos ou parentes destes que, oura vez, em 2024, tentam se manter no poder”. 

Em entrevista, jovens caciques Apurinã e Jamamadi, deixaram escapar denúncias de abandono quase proposital de suas aldeias por prefeitos eleitos e reeleitos em Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá, Beruri, Anori e Manacapuru.  

A responsabilidade pela manutenção de nossos direitos, à saúde e educação de qualidade, segundo a Constituição Cidadã de 88, “é de prefeito, governador e Presidente da Republica, tanto a brancos quanto por indígenas”, afirmaram eles.  

A reportagem percorreu aldeias e comunidades dos municípios do Purus

Especificamente, em Labrea, a 852,1 quilômetros da Capital manauara, “uma das maiores provas do descaso para com a juventude, onde segundo apontaram, “não há concurso público abrindo oportunidade os jovens”. Inclusive, formandos em Pedagogia, Gestão Pública, Ambiental, Agrária, Saúde e em Medicina.  

Em pleno século 21, “testemunhamos, ainda, que, o poder continua concentrado apenas em promover parentes, aliados e os jovens dos próprios velhacos políticos sob o trono de Câmaras e das Prefeituras”, desabafaram indígenas durante escolha de nomes a postos no DSEI, SESAI, CASAI e CONDISI sob a FUNAI e o Ministério da Saúde e do Meio Ambiente, em Lábrea. 

Já no pequeno município de Beruri, a 173 quilômetros da Capital manauara, a juventude experimenta momentos considerados desiguais entre filhos de velhos políticos e os “não nascidos em berço de ouro”, diz à reportagem que esteve na Aldeia Nossa Senhora do Carmo (do Lago Jenipapo), o jovem cacique Joel Soares Cavalcante.  

Para ele, “temos casos de jovens que migram à cidade em busca de comida e uso de um perfume cheiroso”. Muitos, na verdade, acham “outro mundo diferente do seu em meio à floresta”, apesar da pouca fartura por conta da pesca predatória, do contrabando de quelônios, da extração ilegal de madeira e roubos de essências naturais (Copaíba, Andiroba e etc…) e de aves.  

Por sua conta e risco, como resultado de encontros indígenas do Alto, Médio e Baixo Purus, hoje, “defendemos a entrada de nós mesmos na política de 2024”. Eles querem fazer uma luta por mandatos, seja para vereador, seja a prefeito. E reiteram: “Não iremos atrás da esquerda, nem direita, isso não importa”, diz Joel Apurinã, 31. 

Em Canuatama (distrito de Belo Monte) e Tapauá (Foz do Tapauá) , cidades conhecidas por suas palafitas e casario construídas, também, nas encostas do Rio Purus, a juventude expressou descontentamento com a continuidade de mandatos dados  a velhos políticos ainda à frente de Câmaras de Vereadores e Prefeituras.  

Duas terças-quartas partes dos cargos nas prefeitura e nas Câmaras sempre foram preenchidos por políticos endinheirados, que após a eleição, “nos tiram a oportunidade de trabalho”, mesmo para jovens brancos e indígenas com formação universitária”, reclamam indignados indígenas Paumari, Apurinã, Mura e Jamamadi de aldeias locais.   

– Já estamos cansados de vermos nossas lideranças das aldeias sendo deturpadas por velhacos políticos e gestores da Capital (Manaus) e do País, arremataram as fontes ao “PORTAL NORTAO“.  

Cacique Timóteo, da Aldeia Ilha da Doença fala a juventude sobre a falta algo de oportunidade

Em toda a mesorregião amazonense do Purus, segundo dados repassados por fontes da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP) “há, sem a contagem do IBGE considerada improvável, até 155 mil indivíduos”. Desses, mais de 55 mil seriam de jovens aptos a votar e ser votado nas eleições de 2024.    

Por outro lado, a Cacique Deusdete Jamamadi, da Aladeia Kaxaxari do Lago Ananá, a 3,2 horas de embarcação da cidade de Beruri, na região do baixo Rio Purus, fez coro com as afirmações dos colegas caciques Timóteo Apurinã (da Aldeia Ilha da Onça, em Lábrea), Joel Apurinã (Aldeia Nossa Senhora do Carmo, em Beruri) e outras do entorno da Vila do Arumã – a que foi varrida do mapa do município de Beruri após soterramento causado por mais uma ação do fenômeno ds “terras caídas “nas encostas do rio Purus.  .  

Cacique DEUSDETE Jamamadi denúncia ao MPF falta de água potável, remédios, alimentos e ameacas

Ela aponta que, “há, sim, grande descrédito dos indígenas na classe política e desânimo entre nossos eleitores em votar nos mesmos velhacos políticos de sempre”, ao menos nas comunidades do Purus. Deusdete, como Timóteo, Joel e outros líderes indígenas, diz, ainda, que, em 2024, “há um sentimento que nos levará, fatalmente, a apoiarmos novos nomes a vereador e a prefeito, ainda não lançados”.  

Escrita por: XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia, Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF), em agências da Amazônia e países da SULAMERICA.

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