O pré-candidato a prefeito de Manaus, o advogado Marcelo Amil, divulgou nesta sexta-feira (10), uma carta aberta direcionada aos membros do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), no Amazonas. No documento, o filiado destaca a história construída no partido, ao qual se filiou em setembro de 2021, e se coloca à disposição dos companheiros para a disputa eleitoral deste ano.
“Me sinto preparado por que minha história de vida me permitiu acumular conhecimentos, anseios e a enxergar soluções. Qualquer dos três valorosos membros que se dispuseram a esta tarefa, a cumpriria com galhardia, não tenho dúvidas. Mas humildemente acredito que o momento é propício ao meu perfil. Me coloco à disposição da inquirição de todos os meus companheiros e companheiras de partido. Me indaguem, me perguntem, me confrontem, mas me ouçam com os ouvidos e o coração abertos. Conversarei de um por um, de uma por uma, com todos, e acredito que ao final todos sairemos maiores da conversa”, diz ele na carta aberta.
Na próxima semana, o Psol define quem será o pré-candidato oficial à Prefeitura de Manaus. Atualmente, três nomes de diferentes correntes concorrem à indicação. O partido estuda a possibilidade de votação indireta para a escolha.
Pautado sempre no diálogo, Amil compartilhou suas perspectivas sobre os desafios e as oportunidades na política local. Ele acredita que o PSol deve escolher uma candidtura capaz de unificar a esquerda em prol de termos chances reais de ir para o segundo turno nas eleições municipais.
“É importante ter uma atuação sólida e comprometida para conquistar esses objetivos e promover mudanças significativas na política local”.
Leia
Carta aberta aos meus companheiros do PSOL
Saudações socialistas.
Escrevo essa carta hoje, e o faço aberta, como forma de preparar as conversas que pretendo ter individualmente com cada um e cada uma dos membros e membras do partido.
O PSOL tem em sua natureza o DNA da luta pelas liberdades, e nesses tempos nefastos que vivemos ela se materializa na luta contra o fascismo. Em nossa cidade essa luta tende a ser mais
árdua ainda por conta do absurdo grau de aceitação do fascismo em nossa cidade. Mas Manaus não é uma cidade fascista. Estou convencido que o enfrentamento ao Bolsonarismo trará
resultados positivos e vitoriosos quando massificarmos as comparações entre o que foi o governo federal progressista e o que foi o governo fascistóide. Pra um simples e limitado exemplo, precisamos dizer que o nosso governo acabou com a fome e o deles produziu a crise do oxigênio. Mas esse não é o objetivo desta carta. O objetivo é pedir publicamente o que, como já disse, pedirei individualmente a cada um. Pedir o apoio pra que eu possa cumprir essa tarefa de enfrentamento.
Tenho muito orgulho da história de luta que construí, sempre do mesmo lado, do lado do
progressismo, do lado do povo, na esquerda. Tenho orgulho de desde os 13 anos trabalhar. De ter sido office boy na adolescência. Tenho orgulho de ter vindo da escola pública, pra onde eu ia de ônibus todo dia, e em muitos desses dias eu voltava a pé pra casa pois eu e meus colegas usávamos o dinheiro do ônibus pra comprar merenda e passarmos mais tempo juntos no centro.
Aqui nasci, me criei, crio meus filhos. Aqui funciona meu escritório. Aqui eu acordo todo dia 05:15 e vou dormir 23:00. Tenho orgulho de ter sido presidente de grêmio estudantil, de ter
exercido a presidência da união municipal dos estudantes secundaristas, de ter atuado profundamente no esporte amazonense. Tenho orgulho de ter sido ator no teatro e na TV, tenho orgulho de ter tido uma banda e feito shows pela cidade e pelo interior. Tenho orgulho de já ter apresentado programas em grandes rádios e em grandes portais. Tenho orgulho de ter promovido uma emenda à constituição do Amazonas sem ter sido deputado. Tenho orgulho de ter projetos de lei tramitando na câmara sem ter sido vereador. Em resumo, meu orgulho é de ser manauara e de dedicar a Manaus o que eu posso. Manaus é minha cidade, é meu chão, é minha história e é meu futuro.
Nesse momento eu peço aos meus camaradas do PSOL uma oportunidade. Eu peço que, assim como eu me desarmei, todos nos desarmemos. Em 2022 eu fui extremamente disciplinado e apesar de ter voz pública, jamais disse uma única palavra contra a decisão que o PSOL tomou.
Recorri onde pude recorrer, o que é legítimo, e quando não havia mais eficácia nos recursos, me resignei e segui em frente. Ouvi de muitos que eu queria simplesmente ser candidato a
governador, e como não seria, sairia do partido. Não censuro quem pensou isso. Talvez eu, do outro lado talvez também tivesse pensado isso. O fato é que a história mostrou que isso não era
verdade. Permaneci militante do PSOL. Participei do congresso. Participo da vida partidária.
Ajudei a organizar um seminário com quase 100 presentes de mais diversos segmentos da
sociedade. E é isso que eu acredito pro PSOL. Temos a missão de ser um grande partido também em Manaus. Temos militantes jovens e sonhadores. Temos militantes históricos e mais sonhadores ainda, pois sonham desde antes de muitos nós nascermos. Temos uma bandeira que inspira coragem nos mais pobres. Me sinto preparado para carregar essa bandeira. Me preparei com afinco pro debate onde recebi a honra de representar o PSOL, e me regozija ter ouvido de todos os meus companheiros e companheiras que o fiz muito bem.
Me preparo diariamente pra debater os problemas da nossa cidade e sociedade nas entrevistas que dou, e da mesma forma fico orgulhoso de ouvir de meus companheiros e companheiras que em todas essas entrevistas eu externo de forma correta o que é e o que pensa o PSOL. Não externo isso por tecnicalidade. Externo porque é o que eu sinto. São as coisas que acredito. É o que eu sonho pra nossa cidade
e sociedade. Me sinto preparado pelas experiências que a vida me proporcionou, dentre elas a de já ter enfrentado um processo eleitoral no auge do bolsonarismo em nossa sociedade. Me
sinto preparado por que minha história de vida me permitiu acumular conhecimentos, anseios
e a enxergar soluções. Qualquer dos três valorosos membros que se dispuseram a esta tarefa, a
cumpriria com galhardia, não tenho dúvidas. Mas humildemente acredito que o momento é
propício ao meu perfil. Me coloco à disposição da inquirição de todos os meus companheiros e
companheiras de partido. Me indaguem, me perguntem, me confrontem, mas me ouçam com
os ouvidos e o coração abertos. Conversarei de um por um, de uma por uma, com todos, e acredito que ao final todos sairemos maiores da conversa. Nós, enquanto seres humanos construindo nosso partido coletivamente, nosso partido enquanto ferramenta de luta da classe trabalhadora, e nossa cidade, que vai ter no PSOL a reafirmação de que somos uma opção de combate ao fascismo e de luta pelos mais pobres.