Na última quarta-feira (7) foi concluída a viagem piloto com carga experimental de um contêiner que saiu do Porto de Chancay, a 60 km de Lima, no Peru, e chegou até o pátio da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Senador Guiomard, no Acre, percorrendo um total de 2.700 quilômetros. Esse é o primeiro passo da rota do Oceano Pacífico transmodal até o Polo Industrial de Manaus (PIM), que permitirá o embarque e desembarque de produtos diretamente da China, sem passar pelo Canal do Panamá.
A rota feita pela carreta porta-container saiu desde o Porto de Chancay, passando pelas cidades de Arequipa, Juliaca, Mazuko, Puerto Maldonado, Iñapari (no Peru), Assis Brasil, Brasileia, Xapuri, Capixaba e Senador Guiomard (no Brasil).
“O objetivo é fazer um levantamento de toda a rota, tanto em quilometragem, como as viabilidades econômicas e os principais desafios até chegar à ZPE [Zona de Processamento de Exportação] no Acre”, explicou o operador de transportes da empresa Kala, John Llontop,
EXPOSIÇÃO NO PIM
Com o objetivo de promover uma exposição técnica sobre o megaporto de Chancay, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) realizará evento no auditório da sua sede em Manaus para os empresários brasileiros e peruanos sobre as oportunidades econômicas geradas pela nova rota de interligação direta entre o Porto de Chancay e Manaus, passando por Tabatinga (1.106 km da capital amazonense).
Como expositores principais, foram convidados representantes da administração do megaporto de Chancay. Entre eles, o presidente do Conselho de Administração da Autoridade Portuária Nacional do Peru, Juan Carlos Paz, e o subgerente geral da Cosco Shipping Ports Chancay, Carlos Tejada.
“O encontro promovido pela Suframa entre os empresários do Polo Industrial de Manaus, empreendedores peruanos e os dirigentes do Porto de Chancay é uma oportunidade estratégica para explorar e concretizar as novas possibilidades logísticas que a inauguração deste megaporto em novembro trará, potencializando o crescimento econômico e a integração comercial entre o Brasil e a Ásia”, explicou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva.
O megaporto de Chancay, que recebeu um investimento de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,4 bilhões), tem o potencial de alterar significativamente o tráfego marítimo ao longo da costa do Pacífico, criando uma alternativa às rotas voltadas para o Atlântico.
A nova infraestrutura promete reduzir o tempo de transporte de cargas entre a China e Manaus, atualmente de até 46 dias. Com a nova rota via Chancay, o percurso poderá ser reduzido para até 20 dias.
Em sua fase inicial, o megaporto de Chancay deve movimentar cerca de 1 milhão de contêineres e 6 milhões de toneladas de carga por ano.
De acordo com o Ministério do Planejamento, a rota amazônica, que inclui o Porto de Chancay, está prevista para ser completada no ano que vem, antecipando o prazo inicial de 2026.
A integração proporcionada por essa nova rota pode reduzir em 7.000 quilômetros a distância percorrida pelos produtos brasileiros até o mercado consumidor asiático. A economia no tempo de transporte até a Ásia poderá atingir 20 dias em alguns casos.
Em junho, o Brasil revisou as rotas do plano de integração sul-americana e ampliou o traçado na região amazônica com o apoio de Peru, Equador e Colômbia. A rota 2, agora denominada rota amazônica, incorporou o trecho que vai de Chancay a Pucallpa, depois Iquitos, Tabatinga até Manaus.
Inauguração
A inauguração oficial do terminal portuário de Chancay está agendada para o dia 17 de novembro, com a presença do presidente da China, Xi Jinping. Esta será a primeira visita do presidente chinês à América do Sul desde o início da pandemia de Covid-19.
