Amazonas deve decretar estado de emergência por seca, nos próximos dias

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (20), na Sede do Governo, que um decreto de estado de emergência deve começar a valer em 10 dias.

A emergência climática será decretada devido à forte estiagem prevista de forma severa para os meses de julho e agosto, que já afeta os rios Amazonas, Juruá, Purus e Alto Solimões.

“Como já baixou muito, o Solimões inclusive, está bem abaixo do mesmo período do ano passado, a gente já aprecia, a partir de julho, decretar essa situação de emergência para que a gente possa agilizar as ações. E da mesma forma, isso se repete nas calhas do Juruá e também do Purus”, destacou o governador.

Com o baixo nível dos rios, o governador informou que o estado se adiantou nas medidas preventivas para conter os impactos e assegurar água potável, alimentação, navegabilidade e saúde básica.

Na próxima semana, iniciam dragagens emergenciais nos rios, principalmente no Rio Madeira.

Medidas Preventivas e Monitoramento

“Um dos pontos cruciais é a dragagem dos rios, que temos em continuidade com o Governo Federal. Tem projetos para os próximos 5 anos, estamos tentando para que o impacto seja o menor possível para o comércio e para a indústria”, esclareceu Wilson Lima.

Lima disse que, de forma preventiva, foram enviados 319 homens ao sul do Amazonas para combater incêndios florestais, previstas atividades educativas e controle do desmatamento, com o objetivo de minimizar as ocorrências no “Arco do Fogo”.

Além disso, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) é responsável pelo monitoramento e combate ao desmatamento, e as ações estão sendo coordenadas de forma conjunta com outros órgãos.

Necessidade de infraestrutura e logística

As dragagens para a próxima semana ainda não têm datas estabelecidas, mas servem de suporte para estabelecer a navegabilidade sem isolar comunidades ribeirinhas.

“Esse é um processo que é tocado pelo Governo Federal, que deve informar como vai funcionar esses trâmites, e o que pedi foi para que se iniciasse o mais rápido possível, porque no Rio Solimões já estamos tendo dificuldade de navegação.”

O governador criticou a demora pela pavimentação da BR-319 e comentou que o projeto apresentado recentemente atesta a viabilidade da rodovia.“Ainda há uma intransigência por parte do Brasil e do mundo.

O trabalho divulgado pelo ministério, feito pelo ministro Renan (ministro dos Transportes), mostra o que já sabíamos, é possível recuperar a BR-319, há viabilidade no projeto.”

Wilson Lima informou que o estado tem conversado com as autoridades e se comprometido em colocar câmeras, chips e balanças de peso para monitorar a BR-319, mas afirmou que o projeto precisa sair do papel para que o estado pare de ser isolado e que a estrada é uma alternativa, e que o Governo do Amazonas está disposto a implementar essas fiscalizações.

“Produtos acabados como ar-condicionados, televisores, motocicletas em avião, é inviável. Então a gente precisa sim da BR-319 como alternativa. Mas eu reputo e julgo a BR-319 não pelo ponto de vista do desenvolvimento econômico, mas como um desenvolvimento muito mais significativo que é o desenvolvimento social, que é o direito cidadão de ir e vir, que é o direito que é básico”, disse Lima.

Medidas de emergência e logística de suporte

Sem estradas e com dependência dos transportes aquaviários, o governador informou que na terça-feira (25), medicamentos extras serão enviados aos municípios para estoque, além de agilizar a manutenção de equipamentos essenciais no interior, envio de oxigênio e, na educação, kits de merenda escolar e transporte para facilitar a chegada dos alunos nas unidades educacionais.

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