Caprichoso é tricampeão do Festival de Parintins

Com o tema ‘Cultura: O Triunfo do Povo’, o Boi Caprichoso foi o Campeão do 57º Festival Folclórico de Parintins, conquistando o tricampeonato aguardado desde 1996.

A apuração aconteceu na tarde desta segunda-feira (1º), no Bumbódromo de Parintins (a 369 quilômetros a leste de Manaus).

O ‘boi da francesa’ fez um resgate das raízes e tradições, exaltando os saberes milenares da população.

Na primeira noite, o boi apresentou o tema ‘Raízes: O Entrelaçar de Gentes e Lutas’, proclamando o triunfo do povo com foco nas culturas plantadas, nascidas e sustentadas no meio da amazônia brasileira.

Na segunda noite de apresentação, o tema foi ‘Tradições: O Flamejar da Resistência Popular’. E, na terceira e última noite, o Caprichoso fechou o espetáculo com a temática ‘Saberes: O Reflorestar das Consciências”.

Com a vitória, o touro negro conquista o tricampeonato, que estava sendo aguardado desde o ano de 1996.

Primeira noite

Boi Caprichoso abre o 57º Festival de Parintins — Foto: Divulgação

A primeira noite do 57º Festival Folclórico de Parintins aconteceu na sexta-feira (28). O Boi Caprichoso, que este ano defendeu o tema “Cultura – O Triunfo do Povo”, foi o primeiro a entrar na arena. A abertura do espetáculo veio do alto, com o levantador de toadas Patrick Araújo e o apresentador Edmundo Oran emocionando a torcida azul e branca.

O primeiro ato do Caprichoso foi lenda amazônica “A Dona da Noite”. Durante a apresentação, a alegoria da cobra grande se abriu e apresentou a cunhã poranga, Marciele Albuquerque. Em seguida, foi apresentado o encontro cerimonial “Muatirisawá, o renascer de Abya Ayla”, que trouxe as tuxauas mulheres do Caprichoso.l

A porta-estandarte Marcela Marialva chegou para se apresentar em uma das alegorias e causou euforia entre os torcedores. Logo em seguida foi a vez da sinhazinha da fazenda Valentina Cid, que chegou do alto, dentro de um balão, e performou ao lado do Boi Caprichoso.

Um módulo alegórico inspirado na lenda do “Bicho Folharal” levou para dentro Bumbódromo a rainha do folclore Cleise Simas, que evoluiu ao som de “Deusa da Cultura Popular”.

O Caprichoso encerrou a noite, com um momento imponente apresentado no ritual indígena “Rito de Transcendência Yanomami: Mothokari, a fúria do sol”.

Segunda noite

Na segunda noite, o Boi Caprichoso novamente abriu as apresentações, desta vez falando sobre “Tradições: O Flamejar da Resistência Popular”.

A noite foi iniciada com a lenda amazônica “O engeramento de Chico Patuá, um herói da resistência popular”, que narrou memórias dos remanescentes da Cabanagem, em ato que também contou com a rainha do folclore Cleise Simas.

Minutos antes, vinda do alto em um módulo aéreo, a cunhã-poranga do Caprichoso, Marciele Albuquerque, agitou a galera azul e branca ao se apresentar no Bumbódromo, montar em uma onça pintada e se transformar em um gavião. As transformações em animais foram um dos destaques dos dois bois no festival deste ano.

O pescador da Amazônia também foi homenageado em uma das alegorias do Caprichoso. A obra dos artistas Márcio Gonçalves e Marlúcio Pereira levou para se apresentar na arena a porta-estandarte Marcela Marialva, seguida da sinhazinha Valentina Cid.

O pajé Erick Beltrão apresentou o ritual indígena “Rito da Transcendência Marubo” em uma grandiosa alegoria que contou efeitos especiais de água e balé aéreo, no Bumbódromo, encerrando a participação do Caprichoso na segunda noite de festival.

Pajé do Boi Caprichoso, Erick Beltrão, se apresenta na segunda noite do Festival de Parintins. — Foto: Alex Pazuello/Secom

Terceira noite

O Boi Caprichoso fechou a última noite do 57º Festival de Parintins levando para a arena o apelo contundente em favor da proteção da floresta e dos povos originários, a partir do tema “Saberes, o Reflorestar das Consciências”.

A primeira alegoria foi ‘Lenda Amazônica’, apresentando ao público a história do povo Macurap, que enfrentou uma grande alagação e teve a missão de proteger o povo da floresta.

Dando ênfase aos saberes tradicionais e crenças populares, o Caprichoso levou para o bumbódromo os “Sacacas”, curadores da floresta, que retrataram o poder da cura das ervas medicinais que ultrapassam os limites da ciência.

Ao longo da apresentação, o bumbá azulado deu destaque para as emergências climáticas, com a presença de líderes indígenas como Vanda Witoto. O espetáculo foi encerrado com o ritual indígena “Awa Guajá – A Oferenda e Sacaca”.

Boi Caprichoso encanta torcedores na terceira noite do Festival de Parintins — Foto: Alex Pazuello/Secom

Boi Caprichoso encanta torcedores na terceira noite do Festival de Parintins — Foto: Alex Pazuello/Secom

O Festival

A histórica disputa a céu aberto entre o Boi Caprichoso (azul) e Boi Garantido (vermelho) acontece há 57 edições dentro da arena do Bumbódromo, situado em Parintins, conhecida como “Ilha da Magia”, que fica a 369 km de Manaus.

Durante o Festival, a ilha com pouco mais de 120 mil habitantes, chega a receber essa mesma quantidade de turistas, segundo os órgãos do estado.

Considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Festival de Parintins é realizado sempre no último fim de semana do mês de junho. Este ano, a edição aconteceu nos dias 28, 29 e 30 de junho.

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