Um casal gay, de 21 e 31 anos, foi preso nesta sexta-feira (10), suspeito de estupros, a maioria meninos menores de idade, para intencionalmente transmitir o vírus HIV. Eles se autodenominam “carimbadores”.
Em entrevista coletiva hoje, a delegada Joyce Coelho, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, disse que a polícia começou a investigar o caso há dois anos a partir de um celular deixado em uma assistência técnica. No aparelho havia conversas do casal com outra pessoa em que relatam os abusos.
“Provavelmente, nesse caso, tem tanto o estupro de vulnerável quanto a exploração sexual, considerando que há indícios de prática constantes de estupros de vulnerável e também do compartilhamento dessas ‘mídias’ que eram gravadas”, disse a delegada.
Na época, o celular não foi encontrado, apenas prints da conversa foram obtidos, por isso não houve como identificar os autores. “Na época a gente não pôde concluir a investigação, porque o celular não foi encontrado para ser apreendido. O que havia eram alguns prints que a suposta assistência técnica teria feito”, relembrou a delegada.
As investigações foram retomadas em dezembro de 2023 quando o caso foi denunciando novamente, mas na Polícia Federal, que identificou os suspeitos em trocas de mensagens nas quais compartilhavam conteúdo pornográfico, além das informações sobre os abusos sexuais contra crianças.
“Tudo indica que essas conversas, esses grupos, realmente são feitos a partir do aparelho celular. Então, essa operação foi bastante exitosa, inclusive no sentido de confirmar a autoria dos fatos. Eles de fato são os interlocutores dessas conversas”, afirmou Joyce Coelho.
“Com o decorrer dessa investigação, poderemos identificar vítimas, uma vez que no teor dessas conversas eles falavam a sua preferência por crianças, quanto mais nova, melhores, inclusive abordagens que poderiam ser feitos em locais públicos ou privados, inclusive em banheiros de shoppings”, acrescentou a delegada.
O nome dos dois homens que, segundo a delegada formam um casal gay, não foi divulgado pela polícia, que apura também o número de crianças que foram vítimas de estupro. A polícia também apura se algumas das vítimas contraíram HIV.
“Pelo cunho das conversas eles são homossexuais e tinham uma relação homoafetiva. Então, eles tinham um relacionamento e como uma espécie de fetiche, inseriam uma criança, nesse contexto, com uma conversa assim: ‘ah, passaram para gente [HIV], a gente vai ter que passar”, afirmou Joyce Coelho.
A polícia apreendeu aparelhos celulares outros equipamentos de armazenamento de mídias.