PF indicia policiais por massacre do Rio Abacaxis, no Amazonas; quem são

A Polícia Federal informou hoje que concluiu as investigações do massacre do rio Abacaxis, que deixou oito mortos nas cidades de Borba e Nova Olinda do Norte, no Amazonas, em agosto de 2020. 

Foram indiciados pela Polícia Federal:

O que aconteceu


Oito indígenas e ribeirinhos foram mortos no massacre, que ocorreu na região do rio Abacaxis. Os assassinatos aconteceram durante uma operação da Polícia Militar do Amazonas, deflagrada após o homicídio de dois policiais.

Em abril de 2023, o ex-secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, e o coronel da Polícia Militar, Airton Norte, foram indiciados pelos agentes federais por envolvimento na chacina.

À época, Bonates era o secretário de Segurança Pública do Amazonas, quando os policiais militares fizeram a operação com mais de 50 homens na região de Nova Olinda do Norte.

A investigação da Polícia Federal concluiu que a tropa, sob o comando do coronel Norte, invadiu casas sem ordem judicial, torturou moradores e assassinou cinco pessoas, entre indígenas e ribeirinhos, na região do Rio Abacaxis.

O grupo também seria responsável pelo desaparecimento de outras duas pessoas. Segundo a investigação, os corpos foram jogados no Rio Abacaxis, que corta o município.

Ainda em junho do ano passado, a Polícia Federal fez uma operação em Nova Olinda do Norte para cumprir mandados contra envolvidos no “Massacre do Rio Abacaxis”. Um hotel, usado por policiais militares para torturar uma das vítimas, e uma casa, que pertencem ao mesmo empresário, foram alvos dos agentes.

O caso

Em julho de 2020, o então secretário executivo do Governo do Amazonas, Saulo Rezende Costa, foi baleado no braço após tentar entrar com uma lancha particular em uma área proibida para pesca esportiva, em Nova Olinda do Norte.

Dias depois, quatro policiais militares à paisana foram até o local na mesma lancha para prender os atiradores. Houve confronto e dois policiais morreram.

Na época, o Governo do Amazonas anunciou uma grande operação na região. Bonates e Norte foram a Nova Olinda do Norte com o objetivo de desarticular a quadrilha que aterrorizava os moradores.

Ao menos cem famílias de onze comunidades relataram ter sofrido tortura para revelar o paradeiro dos assassinos dos policiais.

Os investigados foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado, destruição, subtração ou ocultação de cadáver, vilipêndio a cadáver, constituição de milícia privada, fraude processual e tortura.

Segundo a PF, duas autoridades comandavam as violações de direitos humanos. A investigação aponta que elas dificultaram que agentes públicos de outras instituições acompanhassem o caso, garantindo que os executores não fossem investigados ou punidos.

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