Prevenção: Novo instrumento do Serviço Geológico do Brasil mapeia áreas de inundação em Manaus

Cheia recorde: Rio Negro atinge 30 metros e ultrapassa em 3 cm a maior  enchente em 119 anos | Amazonas | G1

A capital do Amazonas conta agora com um novo instrumento elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), que pode auxiliar na prevenção de desastres em casos de eventos hidrológicos. Trata-se do novo mapa de manchas de inundação do município, que destaca as áreas inundadas quando o Rio Negro atinge, em Manaus, a cota de inundação severa de 29,00 metros. As áreas são indicadas por cores, conforme a variação dos níveis dos rios.

Para o estudo, o SGB considerou as áreas afetadas direta ou indiretamente pela elevação do Rio Negro. Isso porque a subida do rio é acompanhada proporcionalmente pelo aumento do nível de todos os igarapés da região, incluindo o Igarapé Tarumã-Açú, o Igarapé do Mindú, o Igarapé do Franco, o Igarapé do São Raimundo e o Igarapé do Quarenta.

“Esse é um importante trabalho que complementa o Mapa de Mancha de Inundação elaborado em 2021, quando a cidade registrou a cota recorde de 30,02 metros. As informações, associadas à operação do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, permitem que sejam adotadas medidas com mais agilidade e assertividade para garantir a segurança da população”, explica Alice Castilho, diretora de Hidrologia e Gestão Territorial.

As informações são essenciais para o planejamento urbano, conforme destaca Artur Matos, coordenador-executivo dos Sistemas de Alerta Hidrológico. “Com esse produto, gestores públicos podem identificar as áreas mais vulneráveis a inundações e adotar medidas que evitem a construção de casas e outros imóveis em locais de risco.”

A complementação das informações é necessária porque a cidade é reconhecida nacionalmente pela alta frequência de inundações. Entre 2009 e 2022, o Porto de Manaus superou a “cota de inundação severa” nove vezes. No século anterior, foram necessários 100 anos para que essa cota fosse superada também nove vezes, conforme indica o relatório do SGB.

“Para a elaboração das manchas de inundação, o SGB utiliza o que há de mais avançado em termos de disponibilidade de informações”, enfatiza a pesquisadora Luna Alves. Ela detalha que são utilizadas informações obtidas em trabalho de campo, levantamentos de modelo digital de terreno em alta resolução, levantamento de eventos de cheias anteriores com aparelhos de GPS, observação de imagens de satélite e análise de informações obtidas com VANTEs (Veículos Aéreos Não Tripulados), entre outras fontes. Em alguns casos, são adotados modelos hidráulicos e hidrológicos que consideram as vazões e cotas dos rios.

O SGB já atendeu com os mapas de manchas de inundação as cidades de Teresina (PI), Caxias (MA), Colatina (ES), Governador Valadares (MG), Ponte Nova (MG), Nova Era (MG), Porto Velho (RO), Alegrete (RS), São Sebastião do Caí (RS) e Montenegro (RS).

O estudo para Manaus pode ser lido, na íntegra, abaixo:

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