Seca: todas as 62 cidades amazonenses estão em situação de emergência ambiental e saúde pública

Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas que afetam o estado este ano.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28), pelo governador Wilson Lima, que também assinou um decreto para declarar situação de emergência em saúde pública em razão do período de vazante dos rios.

Segundo o último boletim da estiagem divulgado pela Defesa Civil do Amazonas, até terça-feira (27), a seca havia colocado apenas 20 cidades em situação de emergência, afetando quase 290 mil pessoas e 77 mil famílias em todas as calhas de rios do estado. Os números devem aumentar após a publicação dos decretos.

Diante da situação, os incêndios florestais têm provocado “ondas” de fumaça que se espalham por todo o estado. Nesta quarta, Manaus amanheceu coberta por partículas de poluição pelo segundo dia consecutivo.

Neste ano, o Amazonas vive um cenário ambiental crítico devido à combinação de seca dos rios e queimadas. Cidades têm dificuldades de receber insumos, há aumento no preço de produtos e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.

Na reunião do comitê de enfrentamento à estiagem, realizada nesta quarta-feira, foram assinados decretos que ampliam a situação de emergência para todo o estado, implementando novas medidas contra as queimadas e ações para melhorar a saúde pública e combater doenças relacionadas à má qualidade da água causada pela seca.

De acordo com o governo estadual, desde 30 de abril, o Amazonas registrou 12.329 focos de calor, refletindo a seca extrema que afeta o abastecimento e a logística, com rios em níveis críticos e um aumento nas doenças diarreicas.

“Foi identificado um aumento de doenças diarreicas em algumas comunidades e municípios, devido ao consumo de água não potável. Além disso, há questões relacionadas à hidratação e outras doenças típicas deste período de estiagem, especialmente ligadas à água”, disse o governador.

O governador destacou que já foram enviados 700 toneladas de insumos para mais de 77 mil famílias afetadas pela estiagem. O desafio agora é garantir o abastecimento de água potável e alimentos.

Foi anunciada também a ampliação do número de brigadistas, com a inclusão de mais 85 profissionais, totalizando quase 700 homens que devem atuar principalmente no combate às queimadas no sul do estado.

No entanto, esse número ainda é insuficiente para controlar todos os focos de incêndio, conforme informado por Inaldo Mendes, subcomandante geral do Corpo de Bombeiros no Amazonas.

“Precisamos não apenas de mais pessoal, mas também de equipamentos, como um avião para combater incêndios e transportar as tropas, uma vez que as áreas se tornam ainda mais remotas durante este período”, disse.

Com as novas medidas, o estado aguarda uma resposta similar do Governo Federal para aliviar os efeitos da estiagem e das queimadas, que têm causado impactos significativos na saúde e no meio ambiente.

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