A revolta da população, tem se dado devido as vítimas da tragédia da Vila Arumã continuarem sem receber ajuda
BERURI (AM) – Ainda de luto, famílias vítimas do desbarrancamento total das casas da Vila do Arumã, uma comunidade varrida do mapa do município em mais uma ação causada pelo fenômeno das “terras caídas”, ocorrida na mesorregião amazonense do Purus, continuam sem ter onde morar e sem trabalhar para garantir o sustento das famílias, desde a tragédia que engoliu cerca de 40 casas construídas em parte das encostas do rio Purus.
De acordo com banco de dados de entidades que atuam em defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade social e pessoal dos municípios do rio Purus e seus afluentes, desde o dia do acontecimento, a prefeitura de Beruri “só espera por ajuda vinda de fora, do Estado e do Governo Federal”. E de entidades que e preocupam com os dias difíceis que ainda enfrentam as vítimas do desbarrancamento após terem sido abrigados por amigos e familiares na cidade.
Sem sistema de alertas ou mesmo sem comunicação em tempo real com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC- Manaus e Distrsito Federal), a prefeitura local, ao que parece, não disporia de mecanismos próprios para enfrentar tragédias anunciadas, como que vitimou cerca de 40 famílias que habitavam a Vila do Arumã, recentementee. A população, segundo fontes da Educação Indigena, “vivia da roça, da venda de produtos nos barcos de recreio e agora, todos estão jogados e padecendo na cidade, uns em casas de parentes, outros, sem ter onde morar”.
– A tragégia da Vila de Arumã, era previsível, admite ex-servidora da prefeitura da área de educação indígena e que esteve em reunião da saúde no território Apurinã do Jauari sob a chancela do Conselho de Saúde Distrital Indígena (CODISI).
Com as famílias vítimas do desbarrancamento espalhadas por casas de parentes e amigos, a cidade de Beruri, segundo interlocutores de movimentos da educação e da saúde indígena, “a população em situação de vulnerabilidade social e pessoal da cidade cresceu ao menos 1,5%, em curto prazo, se considerado que “a maioria das vítimas viria se juntando aos sem teto existentes no municipio”.
As administrações passadas e a atual, de acordo com moradores e entidades de classe ligadas a trabalhadores da educação, saúde, agricultura familiar e indígenas, “na gestão José Domingos de Oliveira, marido da atual prefeita, Maria Lucir Santos de Oliveira (mais conhecida como Dona Maria Lucir, patrocinada pelo senador Eduardo Braga, do MDB), segundo moradores da Vila do Arumã, já haviam sido alertadas de uma possível tragédia, como a que ocorreu”.
Para lideranças indígenas e professores, a prefeitura não responde a nenhum tipo de tragédia anunciada. Segundo o pensamento local, o município , “a partir dessa tragédia, ainda não teria estruturado a Defesa Civil Municipal com pessoal técnico, materiais, tecnologia, equipamentos de proteção e prevenção”. O sistema atual, segundo dados colhidos pela reportagem, “no curto prazo, outras tragédias perto da cidade, em localidades do baixo e alto Rio Purus em direção aos municípios de Anori, Manacapuru e Tapauá, podem acontecer à qualquer momento”.
Video da Vila do Arumã
Para acadêmicos de engenharia civil de uma Universidade privada da Capital Manaus, “a prefeita da cidade, Dona Maria Lucir do MDB, deveria aproveitar o momento para pedir ajuda ao Governo do Estado e da União, a fim de obter pessoal técnico dos governos para fazer um diagnóstico territorial da situação em toda a extensão dos limites de Beruri com Anori, Tapauá e Manacapuru”.
Segundo eles, “em curto prazo, as prioridades desse trabalho é evitar mortes e o soterramento de novas comunidades na mesorregião amazonense do Purus”.
Enquanto isso, em meio à possíveis tragédias ao longo dos limites da cidade de Beruri e suas comunidades construídas, há décadas, nas encostas dos rios da região, a população revoltada ameaça retomar tocar fogo em patrimônio do município, como já ocorreu no passado recente com transporte escolar. A maioria, segundo a reportagem atestou, “vive descontente com a administração atual, inclusive, porque “Dona Maria Lucir, governa o município de uma casa de alto padrão localizada no bairro nobre da vizinha Manacapuru ” (veja vídeo).
– É de Manacapuru que ela tomaria as decisões sobre a cidade que governa desde que chegou à prefeitura e repete a mesma estratégia política adotada pelo marido, José Domingos de Oliveira, trabalhador do ramo de embarcações (mais conhecido como Zé Domingos), e que foi prefeito por dois mandatos, acrescentam moradores indignados com essa forma de governar a cidade beruriense.
TRISTE HISTÓRICO – Com apenas o ensino fundamental, “Dona Maria Lucir do MDB“, segundo oponentes, desfrutaria de um patrimònio invejável junto com os dos filhos e o de um ex-procurador do município. Além disso, a família é dona de quase todos os terrenos estratégicos da cidade, e de parte de áreas produtivas e férteis (com campos e pastos para gado bovino) na comunidade de Acajatuba, na zona rural do município de Manacapuru, a 106,2 quilômetros de Beruri.
Para sair candidata, a hoje prefeita declarou patrimônio líquido no valor de R$ 500 mil, “sem trabalhar e origem aparente”. Atualmente, seria da prefeita dois novos imóveis em construção em áreas nobres da cidade e do filho, um invejável ponto comercial para os padrões do comércio local. O filho, em breve, “pretenderia inaugurar uma concessionária da Empresa Moto-Honda”, entregam os poopulares revoltados.
Escrita por: XICO NERY é Produtor Executivo de Rádio, Jornal, Televisão e Repórter Fotográfico. Trabalhou em A Notícia, Diário do Amazonas, Jornal O Povo do Amazonas, Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Agência Amazônia de Notícias (DF), em agências da Amazônia e países da SULAMERICA.